Estourou o pneu do carro de Almir em lugar qualquer do país. Era mais de onze horas da noite. Só se ouvia os insetos. Lembrou-se que não tinha um macaco no porta-malas. Bateu o desespero. Saiu do carro, e olhou ao seu redor… Não enxergava praticamente nada. Pôs-se a caminhar. Parecia que ninguém passava por aquela estrada há anos. Continuou caminhando, cada vez mais apavorado e menos esperançoso. Até que – aleluia! – avistou uma pequena luz, lá na frente. Acelerou o passo, enquanto falava consigo mesmo: ‘Minha salvação! Lá deve ter um macaco’. E disse ainda: ‘Ou pode não ter pessoa alguma, muito menos macaco’… ‘Ou pode ter e ela não querer emprestar’… ‘Mas ela terá que me entender’… ‘A pessoa verá o meu desespero’… ‘Terá piedade… e emprestará o macaco’… ‘Ai dele, se tiver o macaco e não quiser emprestar’… ‘Ai desse sujeitinho egoista’… ‘Sou capaz de jogar uma maldição no infeliz’.

Chegou até o local. Bateu palmas… foi atendido por um senhor com um olhar sereno, segurando uma lamparina:

E voltou para o carro.

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