Era dezoito de outubro de 1991. Eu estava sentado em frente a minha casa, desenhando meu cachorro Pitty com meus novos giz de cera, que ganhei do meu tio. Aproximou-se um senhor. Vestia-se engraçado. Usava xadrez e jeans. Parecia ter uns quarenta anos:
– Gosta de desenhar é?
– Sim…
– O que é isso que está desenhando?
– Meu cachorro… mas não tá muito parecido.
– Claro que está.
– Conhece meu cachorro?
– …
Foi engraçado, pois mesmo sobre as ordens da minha mãe de não falar com estranhos, e por mais estranho que o senhor parecia, não me senti incomodado. Ele se parecia com meu pai, mas a testa era maior e ele tinha barba.
– O que quer ser quando crescer?
– Desenhista.
– Não pensa em ser doutor? Ser desenhista é difícil.
– Minha mãe também diz isso. Mas eu gosto de desenhar.
– Eu também gosto…
Ele me viu concluir o desenho do meu cachorro. Estava agachado ao meu lado:
– Acho que será melhor desenhista do que doutor mesmo. O Pitty ficou idêntico.
Me sorriu, acenou e foi embora. Em seguida eu pensei: ‘Como ele sabia o nome do meu cachorro?’, mas preferi não perguntar nada. Já havia dado muita ousadia a um estranho.
…
Idéia sugerida por Rubens Silveira (Belo Horizonte-MG)
Idéia sugerida por Wesley Jesus dos Santos
Idéia sugerida por Fernando Cândido (Porto Alegre-RS)
Eu queria mesmo era aparecer em blogs mais bacanas, mas vou me contentar em aparecer no blog do Will!
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